Vivemos em uma sociedade constantemente programada para ser alienada. Então é inevitável que se tenham ídolos famosos ou melhor “estrelas“ como diz o ridículo programa recentemente criado pela globo, uma das principais criminosas quando se trata desse assunto. Criam-se realidades, modelos de vida a serem seguidos e pessoas designadas para cumprir esses papeis. E nessa realidade não há espaço para os pobres, desprovidos do famoso dinheiro, o qual diferencia a todos. Esses não tem importância para a classe alienada, que só pensa em si e nos seus ídolos e modelos a seguir em suas vidas programadas e rotineiras.
Chegamos a um ponto em que uma pessoa não é capaz de parar seu carro para ajudar alguém jogado ao meio da rua e porém provavelmente pararia seu carro para ver um ator ou atriz da globo, ditos estrelas, passando na calçada. Os valores morais e éticos já não são presentes na grande parte da população brasileira, foram substituídos por valores os quais a sociedade como um todo se impõe, como status social e financeiro, bens materiais, aparência física. O centro passa a ser seu mundinho fechado e cego para os problemas que acontecem no país.
A respeito do tema da morte na reportagem, penso que a morte de Senna foi algo muito marcante na época, um acidente muito trágico e que tirou do mundo um possível ganhador de muitos títulos. Porém, o que torna Senna mais importante que Rosilene? O fato de ele aparecer na tv diariamente? O fato de ele ser famoso? Acredito que só possa ser isso, pois poucos os que lamentaram, o conheciam pessoalmente para lamentar tanto a sua morte. Mas a pergunta é: Isso é o bastante para tornar uma pessoa mais importante que a outra? Não, não é, todas as vidas são igualmente importantes e deveriam ser igualmente valorizadas e respeitadas, pois fazem parte de um ciclo que torna o nosso mundo o que é.
A principal culpada para que aconteçam desigualdades como essa, é a mídia, que maximiza a imagem de pessoas famosas e faz a população pensar que são deuses intocáveis e que devem ser idolatrados por todos. E por outro lado quando precisa falar de pessoas da classe social de Rosilene, apenas cita as “guerras na favela”, trafico de drogas, mortes, assaltos, sequestros e assassinatos, quando deveria relatar fatos como a brutalidade e desigualdade que acontecem diariamente, como mostrado na reportagem. E tentar assim mudar a cabeça das pessoas em relação a importância, melhor valorização e o mais importante da mudança da realidade das pessoas desprovidas do “famoso dinheiro”, o qual move a mídia manipuladora.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
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Paulo,
ResponderExcluirParabéns pela análise. A crítica que fizeste demonstra uma criticidade e uma consciência com relação ao tema estudado. Concordo quando dizes que a mídia é uma das propulsoras dessa desigualdade social alarmante em que se encontra o Brasil. O fato da mídia escolher quem será cidadão e quem será marginal reafirma seu poder de persuasão. A população aceita tudo que lhe é imposto, e acaba reproduzindo muitas vezes sem pensar naquilo que está sendo veiculado na mídia. Isso faz com que tenhamos uma grande parcela da população totalmente alienada frente aos problemas sociais de nosso país. Parabéns pelas contribuições Paulo, gostei muito de ler a tua reflexão sobre a desigualdade social.
Um abraço.